Ok, depois de termos falado de dois (apesar dos defeitos) clássicos
filmes do Morcegão dirigidos por Tim Burton, vamos começar a falar agora de
outros dois filmes menos memoráveis...
Com vocês...
Batman Eternamente (1995)
Bem, depois de “Batman – O Retorno” ter sido menos
bem-sucedido em bilheteria do que seu antecessor, e depois de causar medo em
criancinhas choronas, a Warner decidiu que o próximo filme de Batman deveria
ser um entretenimento para toda a família. Por isso, Tim Burton foi demitido do
cargo de direção e tornou-se apenas o produtor, e em seu lugar foi chamado Joel
Schumacher. Tudo parecia caminhar para o rumo certo, afinal Schumacher já era um
velho conhecido do estúdio e da crítica: havia dirigido o clássico “Os Garotos
Perdidos” de 1987 e fez o bem-sucedido “Um dia de Fúria”, com Michael Douglas
em 1993 para a Warner. Ele parecia ser a opção ideal para ocupar a cadeira de
diretor de um filme como esse pois realizava filmes sérios e que eram garantia
de bons números.
Michael Keaton, que fizera Batman nos dois filmes de Burton,
não concordou em participar deste, e então foi substituído por Val Kilmer.
Kilmer teve diversos problemas com Schumacher, o que rendeu um clima tenso
durante toda a produção do filme. Vários nomes de peso se juntaram ao elenco:
Tommy Lee Jones, Nicole Kidman e Jim Carrey foram contratados para fazerem o
Duas Caras, a Dra, Chase Meridian e O Charada, respectivamente. Enfim, após
muito se esperar, finalmente o filme chega aos cinemas em 16 de Junho de 1995.
Enquanto isso, um funcionário da Wayne Enterprises, Edward
Nygma (Jim Carrey) trabalha em uma doentia invenção: um leitor de mentes que
seria acoplado em todas as Televisões de Gotham City. Bruce Wayne rejeita o
invento, assim como um dos chefes da empresa que Nygma mata e depois faz todos pensarem
que cometeu suicídio. Agora, assumindo a identidade do Charada, se une com
Duas-Caras, prometendo ajuda-lo a descobrir quem é o Batman se este o ajudar a
conseguir dinheiro para lançar seu invento. Porém, Batman não estará sozinho na
luta contra a dupla, pois Dick Grayson (Chris O’Donnell), um jovem que teve sua
família morta pelo Duas-Caras, assume a identidade de Robin e planeja vingar-se
do vilão.
“Batman Eternamente” parece até interessante, porém o jeito
como a história é contada, a direção capenga, entre outros problemas, o fazem
um filme simplesmente absurdo e impossível de se levar a sério. O filme até
começa bem, com um clima opressor mas visivelmente mais acolhedor que o clima
dos filmes de Tim Burton, porém qualquer expectativa sobre ele desmorona logo
após as primeiras linhas de diálogo do filme:
Alfred: “- Posso persuadí-lo a levar um sanduíche para
viagem?”
Batman: “- Eu passo no Drive Thru.”
EEEECAAA! Além disso, ainda temos Val Kilmer extremamente
canastrão e que não impõe respeito como Batman de verdade. Os problemas ainda
não acabaram: A Dra. Chase de Nicole Kidman, apesar de uma ser fatalmente
sedutora, é um dos personagens mais chatos que já colocaram em um filme de
Super-Herói, o Robin, que é um criança órfã e indefesa que é treinada por
Batman para tornar-se um vigilante, aqui no filme interpretado por O’Donnell,
já é um marmanjo crescido com quase 30 anos que Bruce Wayne acolhe em sua casa
(hmmmmmmm...), depois não querem que falem...
Sem falar que a Gotham de Joel Schumacher é beeem diferente
daquela que conhecemos. Em vez de uma cidade gótica e sombria, o que vemos é
uma metrópole espalhafatosa coberta por neon e com holofotes e estátuas enormes
em todos os cantos. Outro ponto baixíssimo e que ajuda a enterrar o filme são
as caracterizações dos vilões: enquanto que em “Batman: A Série Animada”, que
estava no ar durante a produção dos três primeiros filmes, o Charada e o
Duas-Caras eram vilões extremamente maus e carismáticos, aqui eles são apenas
dois palhaços que vivem dando risadinhas e vestem roupas engraçadas. Tommy Lee
Jones é praticamente uma cópia canastrona e exagerada do Coringa de Jack
Nicholson, lá do primeiro filme. Enfim, uma abominação só, porém isso não
impediu o filme de tornar-se a segunda maior bilheteria de 1995, atrás apenas
de “Toy Story”, de John Lasseter.
Alguns críticos aprovaram o filme, outros ,seguindo o
exemplo dos fãs, o abominaram, mas no meio disso tudo algumas pessoas estavam
felizes: os executivos da Warner adoraram a recepção comercial do filme e
rapidamente encomendaram uma sequência. E o resultado dessa tragédia eu conto
na Parte 04 do ESPECIAL BATMAN.
Trailer de “Batman Eternamente”
Batman
Forever (EUA,1995)
Direção:
Joel Schumacher
Elenco: Val
Kilmer, Tommy Lee Jones, Jim Carrey, Nicole Kidman, Chris O’Donnell, Drew
Barrymore, Michael Gough, Pat Hingle
Nenhum comentário:
Postar um comentário