sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Rebeldes da Academia (1980)


Olá amiguinhos! Esta resenha foi publicada originalmente no blog Nerds Paraenses, e resolvi re-postá-la aqui no blog!
Em 1979, John Landis dirigiu um pequeno filme para o público juvenil chamado “Clube dos Cafajestes” (“National Lampoon’s Animal House”, no original). Ninguém esperava que um filme de orçamento medíocre (custou apenas 3 milhões de doletas) se tornasse um tremendo sucesso(arrecadando 141 milhões só nos EUA). “Clube dos Cafajestes” arrebentou a boca do balão e transformou John Landis num diretor de primeiro escalão, levando-o a dirigir filmaços como “Um Lobisomem Americano em Londres” (“An American Werewolf in London”,1981) e o vídeo do grande hit pop de todos os tempos, “Thriller”, de Michael Jackson.
Acontece que “Clube dos Cafajestes” foi apadrinhado por uma revista humorística chamada “National Lampoon”, e logo após o lançamento do filme essa revista ganhou mais popularidade. Logo uma penca de revistas humorísticas também tentavam se aproveitar dessa onda, emprestando seus nomes à filmes, mesmo que não estivessem envolvidos na produção ou roteiro.
Vendo tudo isso, a Warner Bros. resolveu que também ia faturar em cima dessa onda recente. Por isso, pegou emprestado o nome da principal revista humorística do país, a MAD, que é de sua propriedade (sendo o único título ainda publicado da clássica linha da EC Comics), e encomendaram o roteiro para a dupla Tom Patchett (criador de Alf, o Eteimoso) e Jay Tarses.
Rebeldes da Academia conta a história de quatro garotos problemáticos chamados Ike, Hash, Oliver e Chooch (interpretados respectivamente por Wendell Brown, Tommy Citera, Hutch Parker e… Ralph Macchio!) que são enviados para uma academia militar, onde encontram todos os tipos de estereótipos raciais e sexuais, coisas como o militar sádico Major Vaughn Liceman (Ron Liebman) e seu cachorro com farda militar (que se parece muito com o cão do Sargento Tainha, das tirinhas do Recruta Zero…), uma professora gostosa de armamentos (Barbara Bach) e até um professor de dança homossexual (interpretado por Tom Polston).






A partir daí o roteiro fica muito confuso, embora tende a focar na rivalidade de Oliver e Major Liceman, que acaba se apaixonando por Candy (Stacey Nelkin), a namorada de Oliver, que também está numa academia militar situada bem pertinho de onde o garoto está(!).
Li uma vez que se um dia alguém quiser fazer uma cartilha sobre como não fazer comédias, deveriam usar este filme como exemplo prático. É verdade, pois “Rebeldes da Academia” não funciona em  momento algum e em nenhum aspecto. Mal – editado, interpretações sofríveis (com exceção de Liebman, que é ótimo, mesmo fazendo os recrutas falarem as coisas um monte de vezes dizendo “Say It Again! Say It Again!”) , roteiro ridículo e cheio de piadas forçadas e trocadilhos ridículos que faz “Agamenom, o Repórter” parecer um concorrente ao Oscar de melhor roteiro original, e o mais trágico, a direção sem ritmo e densa de um sujeito chamado Robert Downey (sim, o pai do Tony Stark!), que, convenhamos, como diretor nunca foi lá essas coca- cola. Algumas piadas que podiam ficar legais e que combinavam com o humor sem noção da MAD, como a banda do colégio, desafinada de dar dó, que acaba quebrando o quadro do filme, são destruídas pelas mãos de ferro de Downey Sr. Ao fim da projeção, fica a sensação de ter perdido parte do seu tempo vendo essa joça. Uma piada ruim, que podia ter se tornado brilhante na mão de gente como Jim Abrahams, David Zucker e Jerry Zucker.

Na época, a equipe da MAD, junto do lendário editor Bill Gaines, logo após o lançamento do filme publicaram um editorial se desculpando com os leitores pela ruindade da obra. Dizem até que Bill Gaines respondeu pessoalmente a todas as cartas que reclamassem da porcaria do filme. Porém, mostrando que sabe rir da própria cara, a revista publicou uma sátira do filme, que ao contrário das sátiras tradicionais, que contém muitas páginas, só tinha duas páginas. A sátira termina com uma conversa entre editores e desenhistas, que dizem que o filme é escroto demais até para tirar um sarro!

Depois da tragédia, Bill Gaines pagou 30 mil doletas para a Warner Bros. retirar do filme todas as referências à revista. Assim, todas as cenas em que Alfred E. Neuman aparece foram removidas e permaneceram assim até a morte de Gaines, nos anos 90, quando o estúdio colocou de volta no filme todas as referências à MAD.
 Porém, vale ressaltar os quatro únicos pontos positivos desse filme:
  1. Vale assisti-lo numa sessão com os amigos para rir da escrotice da produção;
  2. Ver Ralph Macchio antes de ficar famoso com “Karatê Kid”;
  3. A ótima trilha sonora, com clássicos de bandas como Blow – Up, Blondie, Ian Hunter, Cheeks, Stooges, The Kinks, Sammy Hagar, Lou Reed, e muitos outros caras geniais;
  4. Ver um Robert Downey Jr. ainda com cara de moleque, fazendo participação especial e pagando o tradicional mico de início de carreira. Felizmente,não foi creditado (e deve agradecer até hoje).
                                                      Trailer de "Rebeldes da Academia"

MAD Magazine Presents Up The Academy (EUA, 1980)
Direção: Robert Downey
Elenco: Wendell Brown, Tommy Citera, Hutch Parker, Ralph  Macchio, Harry Teinowitz, Barbara Bach, Ron Liebman, Stacey Nelkin, Tom Polston, Ian Wolfe, Robert Downey Jr.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

ESPECIAL BATMAN - Extra: Mulher-Gato (2004)


Bú!

                                                                   Mulher-Gato (2004)


Pois é meus queridos, voltemos alguns anos no tempo...
Enquanto os engravatados da Warner trabalhavam para fazer um Batman decente no cinema com a direção de Christopher Nolan, praticamente ao mesmo tempo eles resolveram entregar essa bomba atômica pra gente. 

Ótima atuação...do gato.
Desde 1997, com o fracasso comercial e de crítica de Batman & Robin, a DC Comics estava fora das telas do cinema. Enquanto tentavam, sem sucesso, emplacar projetos como "Batman Vs. Superman" e "Batman Ano Um" no estúdio, Benjamin Melniker e Michael E. Uslan (os produtores dos filmes do morcegão) resolveram também tirar esse projeto do limbo, afinal um filme da mulher gato era prometido desde 1992, quando a ideia era ter Tim Burton de novo na direção e Michelle Pfeiffer novamente como Mulher-Gato. Porém Burton acabou ficando ocupado produzindo "Ed Wood" e "Batman Eternamente", e o projeto ficaria esquecido até 2003. Seguindo uma ideia de Joel Schumacher, que sonhava em fazer "Batman Ano Um" com uma vilã negra, os produtores escolheram Halle Berry, que parecia ser a escolha ideal na época, afinal já era conhecida dos fãs de HQ por ter interpretado a Tempestade nos dois filmes de X-Men e tinha ganho o Oscar de melhor atriz por "A última Ceia". As primeiras fotos e trailers já mostravam que era um desastre anunciado, mas muitos ainda nutriam esperanças pelo filme.

Esta pérola conta a história de Patience Philips, uma mulher toda desajeitada e que se veste igual a Blossom e que trabalha em uma empresa de cosméticos chefiada por George e Laurel Hedare (Lambert Wilson e Sharon Stone). Patience leva uma vida horrorosa, sendo sempre perturbada pelos vizinhos que insistem em fazer festas e pelos seus próprios chefes. Um dia, Patience acaba descobrindo um segredo terrível: os cosméticos dos irmãos Hedare causam efeitos colaterais gravíssimos nos consumidores, acabando com a pele dos coitados. Ao ser descoberta e perseguida patience acaba sofrendo um acidente enquanto a água é despejada do esgoto da empresa, onde ela foi parar. Ao parar desmaiada numa parte seca do rio, acaba cercada por um monte de gatos (em referência a "Batman - O Retorno") e quando um gato solta uma baforada em sua cara (!) ela acaba adquirindo habilidades semelhantes às de um felino. Agora dotada de incríveis poderes e ajudada pelo policial Lone (Benjamin Bratt) e pela misteriosa Ophelia Powers (Frances Conroy), Patience torna-se a Mulher-Gato, uma anti-heroína em busca de justiça contra seus antigos patrões.
Miau... NOT!
SIM, ESTA É A HISTÓRIA DESSE FILME!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Mulher-Gato tem tudo de ruim que uma adaptação de quadrinhos pode ter. A direção é muito ruim (cortesia do infame diretor conhecido como Pitof), todo mundo está horrível, os efeitos são horrorosos (com destaque para a cena inicial na cidade, que parece um projeto de escola para construir uma cidade) os vilões são ridículos e o que é pior: ESSE FILME NÃO TEM NADA A VER COM BATMAN OU QUALQUER QUADRINHO DA DC COMICS!! Nesse Spin-Off, Gotham City ou Batman sequer são mencionados, não há um vilão dos quadrinhos e o nome da heroína nem é Selina Kyle! Este provavelmente é o maior insulto aos quadrinhos ao universo de Batman e da DC Comics desde Batman & Robin, e é de se espantar do fato de a DC ter apoiado isso. Até hoje é de se ficar abismado com a ruindade da produção!

Enfim, a Warner aprendeu a lição e começou a pensar em como trazer seus heróis (ou pelo menos Batman, já que Superman - O Retorno e Lanterna Verde são duas bombas) para as telas de uma forma digna, e logo o filme foi encoberto pela estreia de Batman Begins um ano depois.

Bem, já posso parar de falar sobre esse filme,afinal, ninguém queria lembrar dele mesmo, né?
Ah, preciso tirar isso da minha cabeça, mas como?




Ah, agora sim!
                                                         
  Trailer de "Mulher - Gato"



Catwoman (EUA,2004)
Direção: Pitof
Elenco: Halle Berry, Sharon Stone, Benjamin Bratt, Lambert Wilson, Frances Conroy, Kim Smith

ESPECIAL BATMAN - Parte 07: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012)

Parte 01
Parte 02
Parte 03
Parte 04
Parte 05
Parte 06

FI-NAL-MEN-TCHI:


                                                  O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012)


Quando a trilogia de Christopher Nolan estreou com "Batman Begins", a ordem era clara: esquecer os filmes anteriores. Não haveria mais Bat-mamilos, Bat-nádegas, Bat-cartão de crédito e heróis inexpressivos. O papo agora era sério. E o recado foi entendido: logo, quase ninguém ligava mais para os filmes de Burton e Schumacher (embora na minha modesta opinião os filmes de Burton fizeram mais pelo herói do que a trilogia  de Nolan).


Em "O Cavaleiro das Trevas Ressurge", Bruce Wayne (Christian Bale em sua melhor atuação na saga) está sem atuar como Batman há oito anos, desde a morte do promotor Harvey Dent no último filme. Gotham vive tempos de paz graças à Lei Harvey Dent, criada pelo Comissário Gordon (Gary Oldman), que varreu as ruas da cidade dos maus elementos, embora tenha sido sustentado por uma mentira. Porém, os tempos tranquilos estão para acabar, pois o terrorista conhecido como Bane (Tom Hardy, excepcionalmente caricato), discípulo de Ra's Al Ghul, está indo para Gotham com o intuito de concluir o trabalho de seu mentor.

Enquanto isso, também acompanhamos a ladra Selina Kyle (Anne Hathaway,hmmmm...miau!), que vive passando a perna na galera, mas seu plano na verdade é conseguir um projeto chamado "Ficha Limpa", para como o nome diz, limpar sua ficha criminal e talvez seguir uma outra vida. O problema é que o projeto está nas mãos de um dos aliados de Bane, e é claro que as vidas da ladra, do vilão e do herói vão se cruzar numa batalha épica pelo futuro de Gotham. Porém, Batman receberá a ajuda da própria Selina, do Comissário Gordon e do jovem policial Blake (Joseph Gordon-Levitt).

Embora eu tenha minha opinião sobre a importância de cada filme, "O Cavaleiro das Trevas Ressurge" tornou-se meu preferido de todos os Bat-filmes. Por uma razão: ele é o mais equilibrado de todas as produções. Enquanto você percebe que o universo mais realista criado por Nolan para o herói é exibido em sua melhor forma, ao mesmo tempo você tem várias referências - bem mais escancaradas aqui do que nos dois antecessores- aos quadrinhos e inclusive a série camp dos anos 60 (afinal, quer final de filme de herói mais clichê do que uma explosão nuclear?). Enquanto os filmes anteriores (especialmente "O Cavaleiro das Trevas") optaram por ter uma narrativa mais crua e séria, este filme passa uma sensação de que não se deve levá-lo muito a sério SPOILERS - Prova disso é aquele clichê típico de filmes de heróis, em que Miranda Tate (a linda Marion Cotillard) revela para Batman que na verdade é Thalia Al Ghul, filha de Ra's e resolve explicar seu plano vilanesco. Detalhe: com uma faca enfiada em Batman, que se contorce de dor e depois nem lembra que está ferido. Outra pista de que o filme não deve ser levado muito a sério é a revelação do nome verdadeiro de Blake, uma homenagem escancarada aos fãs que pode-se dizer que sabiam que isso ia acontecer. FIM DOS SPOILERS

Embora seja um filme que divide opiniões, "O Cavaleiro das Trevas Ressurge" é um ótimo filme e um ótimo encerramento para uma grande trilogia. Vai ser muito difícil fazer algo a altura, mas não é impossível. Agora, a maior espera de um filme da DC Comics, depois do novo filme do Super-Homem, é obviamente o filme da Liga da Justiça, previsto para 2015. O maior problema será encontrar uma forma de inserir um novo Batman no universo que será criado. Então uma coisa nós temos que dizer: Vamo trabalhar Warner!

                                              Trailer de "O Cavaleiro das Trevas Ressurge"


The Dark Knight Rises (EUA,2012)
Direção: Christopher Nolan
Elenco: Christian Bale, Michael Caine, Anne Hathaway, Marion Cotillard, Tom Hardy, Matthew Modine, Joseph Gordon-Levitt, Morgan Freeman

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

ESPECIAL BATMAN – Parte 06: O Cavaleiro das Trevas (2008)



Tá quase terminando. Bem vindo ao:



                 O Cavaleiro das Trevas (2008)

3 anos depois do sucesso de “Batman Begins” estreava nos cinemas “O Cavaleiro das Trevas”. A Warner e o diretor Christopher Nolan estavam felizes com a boa recepção do primeiro filme da nova franquia, o que elevou Nolan ao estrelato. Entre os dois filmes, ele conseguiu fazer o ótimo “O Grande Truque” no estúdio, conseguindo completo respeito da Warner, que teve uma sacada que já era meio óbvia: Christopher Nolan = retorno garantido. Após enfrentar vários problemas, como a reclamação de alguns vizinhos dos locais de filmagem e a morte de membros da equipe técnica, o segundo filme da nova franquia foi concluído e sua estreia se deu no dia 18 de julho de 2008.

A história de “O Cavaleiro das Trevas” se passa algum tempo depois dos acontecimentos do primeiro filme. Agora, Batman (Christina Bale) já é uma figura viva na mente dos habitantes de Gotham City, e sua ideia de pôr medo nos bandidos dá certo, porém ele acaba por inspirar as pessoas a tentar fazer o mesmo, e que saem às ruas vestidas como o morcego. A ascensão do promotor público Harvey Dent (Aaron Eckhart, de “Obrigado por Fumar”), que está fazendo um ótimo trabalho tirando a cidade das mãos do crime organizado, faz Batman pensar que em breve Gotham não mais precisará dele, e Bruce Wayne poderia ficar em paz com seu grande amor, Rachel Dawes (Maggie Gyllenhaal, substituindo a inexpressiva Katie Holmes).
Porém, o Morcegão ainda tem grandes problemas para enfrentar: o Coringa (Heath Ledger, que morreu logo após a conclusão das filmagens)chega à cidade pra causar o pânico, fazendo ligações com a Máfia local para matar o herói. Sem ter motivo aparente, o palhaço do crime vira a cidade de cabeça pra baixo, e cabe ao Batman, obviamente, pôr um fim no reinado de terror do vilão. Outro problema, que agora Bruce tem que enfrentar, é engolir o fato que agora Rachel está em um relacionamento com Harvey, o que pode destruir os planos que Bruce tinha desde quando começou a combater o crime.
“O Cavaleiro das Trevas” continua excepcionalmente a história contada por Nolan, criando novamente uma visão mais realista do personagem, conserta erros do antecessor e também elimina dificuldades (Batman finalmente pode mover a cabeça, por exemplo). O filme também acerta em não deixa o Batman quase em segundo plano, como nos filmes anteriores e um pouco menos em “Batman Begins”: o filme é quase totalmente focado em Bruce Wayne e na dificuldade de assumir o manto do Cavaleiro das Trevas.
Entretanto, o filme pode até ser do Batman, mas quem rouba a cena mesmo é o Coringa de Heath Ledger. O anúncio de Ledger para o papel surpreendeu muitos fãs na época, pois Ledger era mais conhecido como ator de comédias românticas (entre elas o clássico moderno da sessão da tarde, 10 Coisas que Eu Odeio em Você)e outros filmes que nem sobem nem descem (como é o caso de outro clássico moderno das tardes da Globo, Coração de Cavaleiro). Muita gente se questionou: afinal, era possível aparecer um Coringa que fosse páreo ao de Jack Nicholson? A resposta, todos já sabem: não só foi possível como conseguiu superar com folga a antiga representação do palhaço do crime. Meses antes da estreia do filme, Ledger foi encontrado morto, deixando como herança essa magnífica interpretação, e deixando um filme incompleto (O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus, que foi concluído posteriormente, e dando mais argumentos para aqueles que acham que Terry Gilliam é o diretor mais azarado de todos os tempos).
Bem, não há muito o que falar desse clássico moderno e desse puta filme de Super-Herói. Nem vejo mais a necessidade de aprofundar essa conversa, pois este filme já foi debatido demais aqui na matrix. Vou deixar pra falar mais na última parte do ESPECIAL BATMAN, que será sobre o meu favorito dos filmes do Batman até agora: O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE. Até lá!

Trailer de “O Cavaleiro das Trevas”

The Dark Knight (EUA, 2008)
Direção: Christopher Nolan
Elenco: Christian Bale, Michael Caine, Maggie Gyllenhaal, Gary Oldman, Heath Ledger, Morgan Freeman, Aaron Eckhart 

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

ESPECIAL BATMAN – Parte 05: Batman Begins (2005)


Leia a parte 01
Leia a Parte 02
Leia a Parte 03
Leia a Parte 04

Olá, amiguinhos. Pois bem, volto a escrever sobre os filmes do nosso querido homem-morcego. Eis o nosso:


                        Batman Begins (2005)


No final dos anos 90, a Warner Bros. Finalmente enxergou a cagada que permitiram fazer com a grande criação do tio Bob Kane: O Batman. A má repercussão de “Batman & Robin” foi um balde de água fria na cabeça dos engravatados da WB. Porém, o morcegão já era um personagem pop graças aos filmes, o filão que, depois dos desenhos, era de onde mais saía lucro. Algo precisava ser feito, e para isso eles resolveram dar um pé na bunda de Joel Schumacher, que estava todo animado para começar a trabalhar em “Batman Triumphant” e resolveram fazer uma aposta arriscada na época, mas que hoje em tão comum no dicionário nerd, um Reboot. Após várias tentativas frustradas de levantar o projeto, apenas no fim da primeira metade dos anos 2000 a coisa foi dar pé, com a contratação de Christopher Nolan, que havia dirigido os ótimos “Amnésia” e “Insônia”.

Nolan confessou que não era grande fã de quadrinhos, e pra ajuda-lo a escrever um roteiro valendo para o filme contatou seu amigo David S. Goyer (antigo colaborador da Full Moon de Charles Band e roteirista dos filmes do Blade), grande fã de Batman. A ideia dos dois era trazer um Batman mais próximo do mundo real, mais cru, e assim foi. Pois em 2005, após muita curiosidade dos fãs e uma grande campanha de marketing em volta, estreou “Batman Begins”.
A trama de “Batman Begins”, diferente dos filmes da série antecessora, é focada principalmente no lado humano e tem quase cunho psicológico (algo que tentaram fazer em Batman Eternamente e ficou tosquíssimo). Logo de início vemos a situação que marca pra sempre a vida do jovem Bruce Wayne: enquanto brincava com a amiga Rachel Dawes no jardim da Mansão Wayne, Bruce acaba caindo em um buraco bem profundo, de onde saíram vários morcegos que acabaram atormentando o pimpolho. Nascia aí a sua fobia pelos morcegos. Após ficar atormentado por lembranças desse incidente durante uma ópera, Bruce pede aos pais pra ir embora. Saindo pela porta dos fundos do teatro no beco da morte, a família Wayne é surpreendida por um assaltante, que acaba matando os pais de Bruce. O jovem passou a ser criado pelo fiel mordomo da família, Alfred Pennyworth (Michael Caine, fazendo um desnecessário alívio cômico, algo que foi corrigido posteriormente). Após testemunhar, anos mais tarde, a morte do assassino de sua família, Bruce (Christian Bale) resolve sumir do mapa, e passa a viver como um ladrão necessitado, roubando para sobreviver e tudo mais. Depois de se meter numa briga em uma prisão sabe-se lá onde, é resgatado de lá por Ducard (Liam Neeson), que se dispôs a ensiná-lo vários truques.

Agora, Bruce tinha um ideal: fazer justiça e inspirar o medo no coração dos criminosos. Após negar-se a matar um condenado, Bruce faz o que julga ser o certo, incendiando o mosteiro do líder da Liga das Sombras, Ra’s Al Ghul (Ken Watanabe). Após salvar Ducard da morte, Bruce julga estar pronto para voltar a sua cidade natal, Gotham City, para ajudar na extinção da criminalidade.
Voltando a Gotham, Bruce reencontra Rachel (a bastante inexpressiva Katie Holmes), que agora é uma promotora pública e luta para botar o mafioso Carmine Falcone (Tom Wilkinson), enquanto começa a desconfiar da honestidade do Dr. Jonathan Crane (Cillian Murphy), que está produzindo o que ele chama de toxina do medo. Agora com a ajuda de Alfred, de Lucius Fox (Morgan Freeman,aka Deus), Rachel e do Detetive Gordon (Gary Oldman, aka Sid Vicious, Pilatos, Sirius), Batman vai tentar pôr ordem na cidade, ajudando a prender os criminosos, corruptos e ajudar a pôr fim nos planos do Dr. Crane, agora conhecido como o vilão Espantalho, que quer espalhar sua toxina na cidade inteira. As coisas ficam mais difíceis quando Ducard, que assume ser o verdadeiro Ra’s, vai a Gotham e tem planos terríveis para a cidade. Enquanto isso, Bruce Wayne também enfrenta problemas tentando recuperar a Wayne Enterprises e tirá-la das mãos do inescrupuloso William Earle (Rutger Hauer... cara, tem o RUTGER HAUER no filme!).

Visualmente, “Batman Begins” ainda lembra em partes os filmes dos anos 90 dirigidos por Burton e Schumacher. Gotham City ainda é imensa (e feita em maquete). É sombria como a de Burton e cheia de prédios como a de Schumacher, e isso parece ter sido amenizado nos dois filmes posteriores. A narrativa, entretanto, é inteiramente diferente, primando como disse anteriormente, por um ar mais realista. Temos um Batman que se machuca, chega com pontos roxos da porrada e sangra. A escolha do Espantalho como vilão parecer escancarar mais essa influência dos antigos filmes, porém ele é retratado aqui de uma forma crua, algo que Joel Schumacher provavelmente não cogitaria fazer se conseguisse tocar seu projeto Batman Triumphant. Enfim, é um ótimo filme e foi um ótimo recomeço para o morcegão na telona, o que ajudou a levantar a moral do personagem novamente.

Após o filme se tornar um grande sucesso e fazer todo mundo esquecer que os filmes de Tim Burton e Joel Schumacher existiam, a WB ficou feliz da vida e encomendou logo uma sequencia para Nolan e Goyer. O que veio anos depois foi o que muitos consideram o filme definitivo de Batman até agora. Mas isso fica pra parte 06 do ESPECIAL BATMAN.


                   Trailer de “Batman Begins”

Batman Begins (Eua,2005)
Direção: Christopher Nolan
Elenco: Christian Bale, Michael Caine, Gary Oldman, Katie Holmes, Cillian Murphy, Rutger Hauer, Liam Neeson, Ken Watanabe, Morgan Freeman, Tom Wilkinson