terça-feira, 28 de agosto de 2012

ESPECIAL BATMAN - Parte 04: Batman & Robin (1997)



Após alguns dias parado, volto a escrever sobre os filmes do Morcegão Pop.
Esse é o...

                                                                   Batman & Robin (1997)


“Batman Eternamente” surpreendeu à todos, positivamente pra uns, negativamente pra outros. Com certeza era um filme com um clima diferente do que Tim Burton propôs nos dois primeiros filmes, parecia até outra franquia. Os fãs odiaram o clima infantil e comercial do filme, porém a crítica louvou justamente esses aspectos, e os chefões da Warner, espertos que só eles, deram carta branca a Schumacher para fazer o que quisesse neste quarto filme.  Pois ele literalmente fez o que quis, e deitou e rolou com o personagem, tratando de o deixar mais “alegre”
"Batman On Ice"

Em “Batman & Robin”, acompanhamos novamente a dupla dinâmica (com George Clooney substituindo Val Kilmer após várias brigas do ator com Joel Schumacher), que desta vez deve deter o maligno Sr. Frio (Arnold Schwarzenegger), que resolveu entrar no mundo do crime enquanto procura uma cura para sua esposa, vítima de uma doença rara, a Síndrome de MacGregor.
"A Freeeeze is coming."
 Enquanto isso, na América do Sul, a Dra. Pamela Isley (Uma Thurman) trabalha em uma experiência de cruzamento entre animais e plantas (!), e desconfia do seu parceiro de laboratório, o Dr. Woodrue (John Glover), que desenvolve um super-soro baseado na substância conhecida como Veneno. Após presenciar a cobaia do cientista, Antonio Diego, transformar-se em um ser superforte conhecido como Bane (o lutador da WWE Jeep Swenson, que faleceu logo após as filmagens), Pamela é vítima de Woodrue, que tenta matá-la jogando-a em cima de substâncias químicas. Porém, ela retorna sob o nome de Hera Venenosa, e após matar o cientista, parte com Bane para Gotham City, para encontrar Bruce Wayne, que financiava as experiências. Agora, a dupla dinâmica, além de estar passando por uma crise na parceria, tem de enfrentar o trio de vilões e ainda por cima cuidar do velho Alfred (Michael Gough), que foi diagnosticado com a mesma doença da mulher do Sr. Frio, e está prestes a morrer. Mas agora, eles contam com a ajuda de Barbara Wilson/Batgirl (Alicia Silverstone), que vem a Gotham para visitar seu tio Alfred.
“Batman & Robin” é um exemplo do que a busca cega por lucro pode resultar. O filme foi encomendado tão rapidamente após “Eternamente” por uma única razão: eles queriam vender brinquedos. Como explicou Joel Schumacher anos depois: “Em Batman & Robin, havia realmente um interesse maior do estúdio em tornar a série mais chamativa às crianças e à família, e... mais fácil de fazer binquedos.”. Ou seja, a Warner estava cagando e andando para a produção e para os fãs, apenas interessada em fabricar brinquedos, e isso fica claro no filme nos diferentes trajes usados pelos heróis e até pelos designs de carros como o do Sr. Frio e o Batmóvel, que segundo dizem, foram projetados para virar brinquedo antes mesmo do roteiro ficar pronto.
E por falar em roteiro... que bela porcaria que foi entregue pelo Sr. Akiva Goldsman (vencedor do Oscar pelo roteiro de “Uma Mente Brilhante”)! São ideias tão absurdas que tornam um martírio a experiência de assistir ao filme. O que pensar, por exemplo, do Bat-Card? Ou do Bat-Fred Flintstone? Ou então, do Sr. Frio e seu coral cantando a música do stop-motion “O Ano sem Papai Noel”?
Novamente, como em “Batman Eternamente”, qualquer expectativa sobre a película se vai nas primeiras linhas de diálogo de um roteiro com mais piadas sem graça do que seu antecessor.
Vou aqui redigir as primeiras linhas de diálogo desse brilhante roteiro. Nesta cena, a dupla dinâmica encontra-se na Bat - caverna com Alfred:
Robin: “Eu quero um carro. As garotas adoram um carro.”
Batman: “É por isso que o Super-Homem trabalha sozinho.”
Alfred: “Veja se consegue trazer este inteiro, patrão.” (Referindo-se ao Batmóvel)
Robin: “Não me espere, Al.”
Alfred: “Eu vou cancelar as Pizzas.”
o_O
Contudo, nem mesmo o público comum conseguiu engolir esse roteiro mongoloide e a direção capenga deste filme que lembra muito a série cômica dos anos 60, sendo visto por muitos como uma homenagem à tal. O filme foi um fracasso de público e crítica e os brinquedos, razão para a existência desta joça, acabaram encalhando nas prateleiras das lojas do mundo todo (dizem que ainda era possível encontrar brinquedos baseados no filme à venda nas lojas em 2002, 5 anos depois da estreia do filme). Isso bastou para a Warner, que depois de tanto prejuízo cancelou a primeira cinessérie de Batman e o contrato de Schumacher, que já planejava a continuação de sua bomba, que se chamaria “Batman Triumphant”, que contaria com Nicolas Cage como o vilão Espantalho, que ressuscitaria o Coringa em uma de suas experiências, e com a vilã Arlequina.
Após vários projetos que deram com os burros n’água, a Warner finalmente encontrou a solução para Batman no cinema: um reboot. Mas isso já é assunto para a próxima parte do ESPECIAL BATMAN.

                                                            
                                                            Trailer de “Batman & Robin”

Batman & Robin (EUA,1997)
Direção: Joel Schumacher
 Elenco: Arnold Schwarzenegger, George Clooney, Chris O’Donnell, Uma Thurman, Alicia Silverstone, Jeep Swenson, Pat Hingle, Michael Gough, Elle MacPherson, John Glover

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

ESPECIAL BATMAN - Parte 03: Batman Eternamente (1995)


Ok, depois de termos falado de dois (apesar dos defeitos) clássicos filmes do Morcegão dirigidos por Tim Burton, vamos começar a falar agora de outros dois filmes menos memoráveis...

Com vocês...

                                                      
                                                        Batman Eternamente (1995)

Bem, depois de “Batman – O Retorno” ter sido menos bem-sucedido em bilheteria do que seu antecessor, e depois de causar medo em criancinhas choronas, a Warner decidiu que o próximo filme de Batman deveria ser um entretenimento para toda a família. Por isso, Tim Burton foi demitido do cargo de direção e tornou-se apenas o produtor, e em seu lugar foi chamado Joel Schumacher. Tudo parecia caminhar para o rumo certo, afinal Schumacher já era um velho conhecido do estúdio e da crítica: havia dirigido o clássico “Os Garotos Perdidos” de 1987 e fez o bem-sucedido “Um dia de Fúria”, com Michael Douglas em 1993 para a Warner. Ele parecia ser a opção ideal para ocupar a cadeira de diretor de um filme como esse pois realizava filmes sérios e que eram garantia de bons números.
Michael Keaton, que fizera Batman nos dois filmes de Burton, não concordou em participar deste, e então foi substituído por Val Kilmer. Kilmer teve diversos problemas com Schumacher, o que rendeu um clima tenso durante toda a produção do filme. Vários nomes de peso se juntaram ao elenco: Tommy Lee Jones, Nicole Kidman e Jim Carrey foram contratados para fazerem o Duas Caras, a Dra, Chase Meridian e O Charada, respectivamente. Enfim, após muito se esperar, finalmente o filme chega aos cinemas em 16 de Junho de 1995.
Na trama, Batman (Kilmer) tem que combater o Duas-Caras (Tommy Lee Jones), que antes era um promotor honesto e que através de um ácido lançado em seu rosto por um membro da máfia acaba ficando louco e transforma-se em um criminoso que culpa o Morcego pelo acontecido. Desta vez, Batman tem a ajuda da Dra. Chase Meridian (Nicole Kidman), que queria conhecer o  herói (muito) pessoalmente.
Enquanto isso, um funcionário da Wayne Enterprises, Edward Nygma (Jim Carrey) trabalha em uma doentia invenção: um leitor de mentes que seria acoplado em todas as Televisões de Gotham City. Bruce Wayne rejeita o invento, assim como um dos chefes da empresa que Nygma mata e depois faz todos pensarem que cometeu suicídio. Agora, assumindo a identidade do Charada, se une com Duas-Caras, prometendo ajuda-lo a descobrir quem é o Batman se este o ajudar a conseguir dinheiro para lançar seu invento. Porém, Batman não estará sozinho na luta contra a dupla, pois Dick Grayson (Chris O’Donnell), um jovem que teve sua família morta pelo Duas-Caras, assume a identidade de Robin e planeja vingar-se do vilão.
“Batman Eternamente” parece até interessante, porém o jeito como a história é contada, a direção capenga, entre outros problemas, o fazem um filme simplesmente absurdo e impossível de se levar a sério. O filme até começa bem, com um clima opressor mas visivelmente mais acolhedor que o clima dos filmes de Tim Burton, porém qualquer expectativa sobre ele desmorona logo após as primeiras linhas de diálogo do filme:
Alfred: “- Posso persuadí-lo a levar um sanduíche para viagem?”
Batman: “- Eu passo no Drive Thru.”
EEEECAAA! Além disso, ainda temos Val Kilmer extremamente canastrão e que não impõe respeito como Batman de verdade. Os problemas ainda não acabaram: A Dra. Chase de Nicole Kidman, apesar de uma ser fatalmente sedutora, é um dos personagens mais chatos que já colocaram em um filme de Super-Herói, o Robin, que é um criança órfã e indefesa que é treinada por Batman para tornar-se um vigilante, aqui no filme interpretado por O’Donnell, já é um marmanjo crescido com quase 30 anos que Bruce Wayne acolhe em sua casa (hmmmmmmm...), depois não querem que falem...
Sem falar que a Gotham de Joel Schumacher é beeem diferente daquela que conhecemos. Em vez de uma cidade gótica e sombria, o que vemos é uma metrópole espalhafatosa coberta por neon e com holofotes e estátuas enormes em todos os cantos. Outro ponto baixíssimo e que ajuda a enterrar o filme são as caracterizações dos vilões: enquanto que em “Batman: A Série Animada”, que estava no ar durante a produção dos três primeiros filmes, o Charada e o Duas-Caras eram vilões extremamente maus e carismáticos, aqui eles são apenas dois palhaços que vivem dando risadinhas e vestem roupas engraçadas. Tommy Lee Jones é praticamente uma cópia canastrona e exagerada do Coringa de Jack Nicholson, lá do primeiro filme. Enfim, uma abominação só, porém isso não impediu o filme de tornar-se a segunda maior bilheteria de 1995, atrás apenas de “Toy Story”, de John Lasseter.
Alguns críticos aprovaram o filme, outros ,seguindo o exemplo dos fãs, o abominaram, mas no meio disso tudo algumas pessoas estavam felizes: os executivos da Warner adoraram a recepção comercial do filme e rapidamente encomendaram uma sequência. E o resultado dessa tragédia eu conto na Parte 04 do ESPECIAL BATMAN.

Trailer de “Batman Eternamente”


Batman Forever (EUA,1995)
Direção: Joel Schumacher
Elenco: Val Kilmer, Tommy Lee Jones, Jim Carrey, Nicole Kidman, Chris O’Donnell, Drew Barrymore, Michael Gough, Pat Hingle

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

ESPECIAL BATMAN – Parte 02: Batman – O Retorno (1992)


Na primeira parte do nosso ESPECIAL BATMAN eu falei sobre o primeiro dos dois filmes do morcegão dirigido por Tim Burton. Agora, vamos um pouco mais além.
Bem vindo ao nosso:


                                                             Batman – O Retorno (1992)


Depois do grande sucesso nunca antes visto para um filme de Super-Herói, a Warner encomendou logo uma sequência para Batman. Chamaram novamente Tim Burton, que dessa vez teria completo controle criativo sobre a obra, diferentemente do filme de 1989, em que Burton era um reles empregado à mando do estúdio, o que em parte resultou em sua direção burocrática. A cada foto divulgada, a animação dos fãs aumentava. Realmente não tinha o que dar errado. Mas deu. Não muito, mas deu.
Em “Batman – O Retorno” acompanhamos novamente o playboy Bruce Wayne (Michael Keaton...sim, novamente)em sua luta contra o crime em Gotham City sob a máscara do Batman. Os tempos mudaram em Gotham e a criminalidade parece ter dado um tempo. A cidade tornou-se mais consumista graças ao império comercial erguido pelo inescrupuloso empresário Max Shreck (Christopher Walken), que planeja ativar uma usina nuclear na cidade. Após um ataque durante um comício do prefeito, Shreck acaba sendo sequestrado pelo Pinguim (Danny DeVito, assustador), que chantageando o empresário, pede para que este o ajude a se reintegrar à sociedade, pois o cara vive nos esgotos da cidade desde que seus pais apavorados o jogaram em uma correnteza.

Enquanto isso, a secretária de Shreck, Selina Kyle (Michelle Pfeiffer, miau!)acaba descobrindo os terríveis planos do patrão e por isso é arremessada do último andar da empresa por Max. Porém ela é foda, e fica apenas desacordada por alguns minutos enquanto é mordida por alguns gatos. Chegando em casa, Selina tem um ataque de nervos e incentivada pelo ódio torna-se a Mulher-Gato.

Para conseguir reintegra-se a sociedade, o Pinguim arma o sequestro do filho do prefeito durante uma coletiva de imprensa, somente para devolvê-lo depois são e salvo. Da noite para o dia, o pária torna-se um exemplo de cidadão, e Shreck resolve aproveitar-se da popularidade de Cobblepot (nome verdadeiro do Pinguim) para lança-lo a candidatura de Gotham, a fim de ganhar poder político e conseguir finalmente construir sua usina. Porém, para cada um conseguir seus objetivos, é preciso tirar Batman do caminho, mas tudo fica mais difícil quando as identidades secretas do Morcegão e da sexy larápia se apaixonam.

Lançado 3 anos depois de seu antecessor, “Batman – O Retorno” conseguiu consertar algumas coisas que no primeiro filme pareciam mal resolvidas. Burton realmente parece mais livre neste do que no outro, até porque tinha em suas mãos uma história melhor para contar. Mas o filme não é perfeito: algumas coisas do roteiro só fizeram piorar desde o filme de 1989. Como aceitar, por exemplo, que os pinguins do esgoto ensinaram um bebê a falar, o vestiram, e ainda por cima são capazes de lançar mísseis? Outro ponto negativo, mas que está presente em quase todos os filmes desta série de Batman, é que o herói muitas vezes fica de lado para melhor desenvolvimento dos vilões(mas isso é até perdoável, já que o hábito dos vilões roubarem a cena vem desde a série cômica).

Mas é claro, o filme tem muitos pontos positivos, que fazem dele o melhor da primeira franquia do herói na Warner. A trilha de Danny Elfman, uma variação da do primeiro filme, continuou impecável, Michael Keaton já não estava mais tão pamonhão como no filme antecessor, Danny DeVito estava ótimo como o sombrio Pinguim, e Michelle Pfeiffer...ah...estava sendo sexy de um jeito único, fazendo a Mulher-Gato definitiva no cinema (minha opinião, não que eu não goste da Anne Hathaway, MUITO pelo contrário).

Bem, após a estreia o filme fez uma bilheteria muito boa, porém, novamente os engravatados da Warner resolveram meter o bedelho: após reclamações dos pais, que levavam seus filhos para ver o filme, e que acabavam se assustando pelo clima sombrio, saindo no meio da sessão, os executivos acharam melhor trocar Tim Burton por um outro diretor com toque menos sombrio. Mas isso fica para a Parte 03 do ESPECIAL BATMAN


Trailer de “Batman – O Retorno”


Batman Returns (EUA,1992)
Direção: Tim Burton
Elenco: Michael Keaton, Danny DeVito, Michelle Pfeiffer, Pat Hingle, Christopher Walken, Michael Gough

terça-feira, 21 de agosto de 2012

ESPECIAL BATMAN - Parte 01: Batman (1989)


Pois bem, caros leitores deste humilde e esquecido blog... depois que todo mundo já falou sobre o Batman durante esse mês, resolvi tecer meus comentários somente agora, pois o filme já foi bem digerido e é possível fazer uma análise mais sensata. Porém, resolvi começar um especial sobre todos os filmes de Batman no cinema (produzidos pela Warner, pois não comentarei sobre as duas Serials dos anos 40 pela Columbia Pictures e nem sobre o episódio-piloto da série dos anos 60 lançado nos cinemas pela 20th Century Fox). Tudo certo? Eis o nosso...

Batman (1989)

Até os anos 80, praticamente não haviam filmes baseados em quadrinhos nos cinemas toda hora, como hoje. Os fãs podiam contar apenas com os filmes do Super-Homem, praticamente, porque tirando esse personagem, nehum outro teve tanto sucesso nos cinemas naquela época (como por exemplo o desastre "Howard, O Super Herói", de Willard Huyck ou "Supergirl", de Jeannot Szwark). O nosso querido homem-morcego estava com um filme engavetado a quase uma década, enquanto a Warner Bros. (dona da DC Comics desde os anos 70) decidia o que fazer com o personagem. 
O próprio Batman tinha sido esquecido do público, sendo lembrado apenas pelo infame seriado cômico dos anos 60, com Adam West como um Batman barrigudo e Burt Ward como um Robin chato pra caralho. Contudo, em 1985 a DC lança a obra-prima "O Cavaleiro das Trevas" de Frank Miller, a volta dos tons sombrios ao universo de Batman. Com os fãs falando as mil maravilhas da obra, os engravatados da Warner viram que já era hora de ganhar uma grana com o herói nas telas. Primeiro, tiveram a ridícula ideia de fazer um filme no estilo da série, que teria Bill Murray (!) no papel do protagonista. Felizmente a ideia foi descartada quando Tim Burton foi oficialmente contratado para comandar o filme e o tom sombrio foi inserido na produção. Os fãs, entretanto, temiam pelo filme, pois Tim Burton tinha realizado, à época, apenas duas comédias de relativo sucesso (A Grande Aventura de Pee-Wee (1985) e Os Fantasmas Se Divertem (1988)) e parecia ser a escolha errada para comandar um filme desses. Pouco depois Jack Nicholson foi confirmado como o Coringa, e todos pularam de alegria. Os problemas voltaram quando Michael Keaton foi confirmado como Batman/Bruce Wayne, pois ele em nada se parecia com o milionário dos gibis. Mais tarde ele seria perdoado quando a primeira foto com Keaton vestido de Batman foi divulgada.
Vamos ao filme:
Bruce Wayne é um playboy ricaço que vive em Gotham City, de noite, é claro, ele é o Batman. Os bandidos da cidade estão ficando cada vez mais amedrontados pela figura vestida de morcego que está sempre à espreita para dar uma coça nos vilões. A polícia e o Comissário Gordon (Pat Hingle, incrivelmente sem graça) também tentam descobrir quem é o cruzado encapuzado. Enquanto isso, um membro da máfia chamado Jack Napier (Jack Nicholson) observa de longe o caos, porém acaba sendo vítima de uma emboscada do bando de seu parceiro, o chefão Carl Grisson. Jack consegue se safar, mas acaba se deparando com Batman, e depois de tentar mata-lo cai em um tanque cheio de uma misteriosa substância química. Voltando depois como o Coringa, o vilão resolve se vingar dos seus ex-parceiros e de Batman, enquanto tenta pregar uma peça na cidade inteira. Paralelo a isso, temos a fotógrafa Vicki Vale (Kim Basinger) e seu parceiro Alex Knox (Robert Wuhl) começam a correr atrás da notícia, investigando a aparição do homem-morcego.
 
“Batman” tem uma história interessante, porém um pouco mal desenvolvida e as vezes chega a ser arrastada demais. O principal problema realmente é a sua falta de dinamismo, porém não é o único. Este filme tem vários problemas, a começar pela escalação do protagonista: Michael Keaton, sem dúvida, uma escolha equivocada. Além de não parecer nada com Bruce Wayne, ainda tinha o fato de ele ser baixinho e calvo. Keaton passava vergonha com a armadura de Batman, cuja máscara era visivelmente folgado no seu rosto, mas o uniforme também não ajudava: não era nada prático, o que tornava as cenas de ação deprimentes e nada empolgantes.

Por outro lado, os atores conseguem se virar muito bem com a história mal-contada que encenam. Com exceção de Pat Hingle, que não fede nem cheira, todo o elenco se sai muito bem, em especial o malucão Jack Nicholson, na pele do Coringa, que leva o filme nas costas. Esperto do jeito que ele é, Nicholson abriu mão de seu cachê para uma participação nos lucros do filme. Como o filme, mesmo com seus defeitos, tornou-se um fenômeno mundial, iniciando a nova onda de adaptações de quadrinhos, que continua até hoje, Nicholson recebeu à época 65 milhões de doletas (!), mais do que Robert Downey, Jr. ganhou fazendo o mesmo com “Os Vingadores” (50 Milhões de dólares).

Pois bem, mesmo com todos os defeitos e uma história um tanto quanto arrastada, “Batman” é um ótimo filme e já é um clássico.
Termino aqui a primeira parte do ESPECIAL BATMAN. Ainda esta semana falarei sobre BATMAN, O RETORNO e sobre os dois últimos filmes da franquia dos anos 90 dirigidos por Joel Schumacher: BATMAN ETERNAMENTE e BATMAN & ROBIN. Na próxima semana, falarei sobre a trilogia dirigida por Christopher Nolan: BATMAN BEGINS, O CAVALEIRO DAS TREVAS e O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE. Até mais!
Trailer de Batman:


Batman (EUA,1989)
Direção: Tim Burton
Elenco: Michael Keaton, Jack Nicholson, Kim Basinger, Robert Wuhl, Michael Gough, Pat Hingle, Billy Dee Williams


terça-feira, 7 de agosto de 2012

Jornada nas Estrelas II - A Ira de Khan (1982)






 Esta resenha é dedicada a memória de Gene Roddenbery, o gênio que criou esse universo maravilhoso de Star Trek; ao rabugento Dr. McCoy, DeForrest Kelley; ao grande Scott, James Doohan; e ao Hermenegildo Carvalho Jr., um dos maiores fãs de Star Trek que tive o prazer de conhecer. 

Quando "Jornada nas Estrelas - O Filme", foi anunciado em 1979, numa das maiores coletivas de imprensa já realizada para divulgar um filme, os ânimos dos fãs de ficção elevaram-se a um nível jamais visto. Infelizmente,o filme era bem inferior ao que foi prometido. O próximo filme teria que ser diferente, teria que ser melhor. Eis que um ano depois chega aos cinemas "Star Wars Episódio V: O Império Contra-Ataca", provando que a bolha do Sci-Fi ainda não havia estourado, bastava ter o essencial: uma boa história.

E nesse ponto, me arrisco a dizer que "A Ira de Khan" tem uma história muito bem escrita e convincente, sem falar que é extremamente agradável de assistir. Pois esse incrível filme, continuando o legado do universo incrível criado pelo gênio Gene Roddenberry, fez 30 anos este ano, e resolvi escrever algumas linhas sobre ele.

Bem, como de praxe, vamos à trama:

O Comandante Chekov (Walter Koenig) coordena na nave USS Reliant uma busca por algum planeta sem vida, para que um experimento conhecido como Projeto Gênesis seja implantado. O Projeto tem como finalidade criar condições de vida em um corpo celeste antes inabitável. A criadora do Projeto é a Dra. Carol Marcus (Bibi Besch), que vem a ser ex-amante do Almirante James T. Kirk (William Shatner). A Reliant chega enfim a um planeta que pode servir de cobaia, Ceti Alpha VI. Porém, ao chegarem lá, são surpreendidos por Khan (Ricardo Montalban, da "Ilha da Fantasia" e "Corra que a Políca Vem Aí!"), que havia sido exilado por Kirk em Ceti Alpha V. Acontece que na verdade, Ceti Alpha VI explodiu seis meses depois de Kirk e a tripulação da Enterprise terem exilado Khan, e a explosão fez com que Ceti Alpha V saísse de sua órbita, eliminando assim qualquer chance de haver vida por lá, exceto por Khan e seus seguidores, que são geneticamente superiores.

Khan está puto da vida e atribui a morte de sua mulher ao Almirante Kirk, jurando vingança. Enquanto isso, Kirk reassume o comando da Enterprise após receber um chamado de socorro vindo de Regula 1. Porém no caminho são atacados pela Reliant, controlada por Khan, seus seguidores e por Chekov, que está sendo controlado pelo malvadão. Khan agora não quer somente se vingar, mas também se apoderar do Projeto Gênesis. Entretanto Kirk receberá a ajuda de toda a clássica tripulção da Enterprise: Spock (Leonard Nimoy), Dr. McCoy (DeForrest Kelley, meu favorito), Sulu (George Takei), Uhura (Nichelle Nichols), Scott (James Doohan) e também de Saavik (Kirstie Alley), uma discípula de Spock, da Dra. Marcus e de seu filho David (Merritt Butrick, de "A Hora do Espanto 2"), que não vai com a cara do Almirante boa pinta.

Não é a toa que "A Ira de Khan" é o filme mais queridos pelos Trekkers: tem uma história simplesmente sensacional e que é bem amarrada, principalmente com o episódio "Space Seed", da segunda temporada da Série Clássica. Outro ponto digno de nota é a introdução dos novos personagens, que são fundamentais à trama. Diferente de outros roteiristas por aí que inventam outros personagens só para atrasar a história, aqui o diretor e roteirista Nicholas Meyer, juntamente com Jack Sowards, entregaram-nos personagens simpáticos e que conseguem ser algo mais na trama, em especial a personagem de Kirstie Alley, em seu primeiro papel de expressão no cinema.

Excelente como sempre está também o elenco original, com exceção de Shatner (se bem que a canastrice nunca caiu tão bem para ator e personagem). Dos veteranos, destaque para o grande Leonard Nimoy, numa das suas melhores interpretações, e também para Montalban, que constrói um vilão realmente cruel, um vilão de verdade, sem excrúpulos. As cenas de batalha entre as naves, sobretudo a do final, também são muito boas, mostrando uma criatividade para fazer algo bem feito mesmo com orçamento apertado. Tudo isso fica muito mais belo com a excelente trilha sonora de James Horner (que, a jugar pelo seu último trabalho de composição, em "O Espetacular Homem-Aranha", parece ter perdio um pouco a inspiração), um verdadeiro épico e uma música muito mais "encorpada" que aquela clássica da abertura da série.

Embora seja na sua essência um filme B, "A Ira de Khan" vai ser pra sempre um divisor de águas na história do Sci-Fi e do próprio universo de Jornada nas Estrelas. Um filme que merece ser lembrado e apreciado por gerações e gerações de fãs alucinados e cinéfilos. 
                                                
Trailer:

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Star Trek II - The Wrath Of Khan (EUA,1982)
Direção: Nicholas Meyer
Elenco: William Shatner, Leonar Nimoy, DeForrest Kelley, James Doohan, George Takei, Nichelle Nichols, Walter Koenig, Ricardo Montalban, Kirstie Alley, Bibi Besch, Merritt Butrick