Pois bem,
caros leitores deste humilde e esquecido blog... depois que todo mundo já falou
sobre o Batman durante esse mês, resolvi tecer meus comentários somente agora,
pois o filme já foi bem digerido e é possível fazer uma análise mais sensata.
Porém, resolvi começar um especial sobre todos os filmes de Batman no cinema
(produzidos pela Warner, pois não comentarei sobre as duas Serials dos anos 40
pela Columbia Pictures e nem sobre o episódio-piloto da série dos anos 60
lançado nos cinemas pela 20th Century Fox). Tudo certo? Eis o nosso...
Batman (1989)
Até os anos 80,
praticamente não haviam filmes baseados em quadrinhos nos cinemas toda hora,
como hoje. Os fãs podiam contar apenas com os filmes do Super-Homem,
praticamente, porque tirando esse personagem, nehum outro teve tanto sucesso
nos cinemas naquela época (como por exemplo o desastre "Howard, O Super
Herói", de Willard Huyck ou "Supergirl", de Jeannot Szwark). O
nosso querido homem-morcego estava com um filme engavetado a quase uma década,
enquanto a Warner Bros. (dona da DC Comics desde os anos 70) decidia o que
fazer com o personagem.
O próprio Batman
tinha sido esquecido do público, sendo lembrado apenas pelo infame seriado
cômico dos anos 60, com Adam West como um Batman barrigudo e Burt Ward como um
Robin chato pra caralho. Contudo, em 1985 a DC lança a obra-prima "O
Cavaleiro das Trevas" de Frank Miller, a volta dos tons sombrios ao
universo de Batman. Com os fãs falando as mil maravilhas da obra, os
engravatados da Warner viram que já era hora de ganhar uma grana com o herói
nas telas. Primeiro, tiveram a ridícula ideia de fazer um filme no estilo da
série, que teria Bill Murray (!) no papel do protagonista. Felizmente a ideia
foi descartada quando Tim Burton foi oficialmente contratado para comandar o
filme e o tom sombrio foi inserido na produção. Os fãs, entretanto, temiam pelo
filme, pois Tim Burton tinha realizado, à época, apenas duas comédias de
relativo sucesso (A Grande Aventura de Pee-Wee (1985) e Os Fantasmas Se
Divertem (1988)) e parecia ser a escolha errada para comandar um filme desses.
Pouco depois Jack Nicholson foi confirmado como o Coringa, e todos pularam de
alegria. Os problemas voltaram quando Michael Keaton foi confirmado como
Batman/Bruce Wayne, pois ele em nada se parecia com o milionário dos gibis.
Mais tarde ele seria perdoado quando a primeira foto com Keaton vestido de
Batman foi divulgada.
Vamos ao filme:
Bruce Wayne é um playboy ricaço que vive em Gotham
City, de noite, é claro, ele é o Batman. Os bandidos da cidade estão ficando
cada vez mais amedrontados pela figura vestida de morcego que está sempre à
espreita para dar uma coça nos vilões. A polícia e o Comissário Gordon (Pat
Hingle, incrivelmente sem graça) também tentam descobrir quem é o cruzado
encapuzado. Enquanto isso, um membro da máfia chamado Jack Napier (Jack
Nicholson) observa de longe o caos, porém acaba sendo vítima de uma emboscada do
bando de seu parceiro, o chefão Carl Grisson. Jack consegue se safar, mas acaba
se deparando com Batman, e depois de tentar mata-lo cai em um tanque cheio de
uma misteriosa substância química. Voltando depois como o Coringa, o vilão
resolve se vingar dos seus ex-parceiros e de Batman, enquanto tenta pregar uma
peça na cidade inteira. Paralelo a isso, temos a fotógrafa Vicki Vale (Kim Basinger)
e seu parceiro Alex Knox (Robert Wuhl) começam a correr atrás da notícia, investigando
a aparição do homem-morcego.
“Batman” tem uma história interessante, porém um
pouco mal desenvolvida e as vezes chega a ser arrastada demais. O principal
problema realmente é a sua falta de dinamismo, porém não é o único. Este filme
tem vários problemas, a começar pela escalação do protagonista: Michael Keaton,
sem dúvida, uma escolha equivocada. Além de não parecer nada com Bruce Wayne, ainda
tinha o fato de ele ser baixinho e calvo. Keaton passava vergonha com a
armadura de Batman, cuja máscara era visivelmente folgado no seu rosto, mas o
uniforme também não ajudava: não era nada prático, o que tornava as cenas de
ação deprimentes e nada empolgantes.
Por outro lado, os atores conseguem se virar muito
bem com a história mal-contada que encenam. Com exceção de Pat Hingle, que não
fede nem cheira, todo o elenco se sai muito bem, em especial o malucão Jack
Nicholson, na pele do Coringa, que leva o filme nas costas. Esperto do jeito
que ele é, Nicholson abriu mão de seu cachê para uma participação nos lucros do
filme. Como o filme, mesmo com seus defeitos, tornou-se um fenômeno mundial,
iniciando a nova onda de adaptações de quadrinhos, que continua até hoje,
Nicholson recebeu à época 65 milhões de doletas (!), mais do que Robert Downey,
Jr. ganhou fazendo o mesmo com “Os Vingadores” (50 Milhões de dólares).
Pois bem, mesmo com todos os defeitos e uma história
um tanto quanto arrastada, “Batman” é um ótimo filme e já é um clássico.
Termino aqui a primeira parte do ESPECIAL BATMAN. Ainda
esta semana falarei sobre BATMAN, O RETORNO e sobre os dois últimos filmes da
franquia dos anos 90 dirigidos por Joel Schumacher: BATMAN ETERNAMENTE e BATMAN
& ROBIN. Na próxima semana, falarei sobre a trilogia dirigida por
Christopher Nolan: BATMAN BEGINS, O CAVALEIRO DAS TREVAS e O CAVALEIRO DAS
TREVAS RESSURGE. Até mais!
Trailer de
Batman:
Batman (EUA,1989)
Direção: Tim
Burton
Elenco: Michael
Keaton, Jack Nicholson, Kim Basinger, Robert Wuhl, Michael Gough, Pat Hingle,
Billy Dee Williams
Nenhum comentário:
Postar um comentário